quarta-feira, 21 de novembro de 2007

América Andina, onde o tempo parece ter parado

Edward Martin é um boliviano que vive no Peru. Ele é proprietário e chef de cozinha do Cocahvi Restaurant, no centro de uma cidade às margens do lago Titicaca, a 3.827 metros de altitude em relação ao nível do mar. Pele clara e feições européias distinguem Edward da grande maioria de seus conterrâneos, bolivianos descendentes de aymarás. Sua esposa, a peruana Rossana Revollar, também não traz no corpo as características físicas do povo quéchua, que habita o Peru e representa o que restou do Império Inca.
O que assemelha este casal ao composto orgânico formado nas cidades desses dois países da América do Sul é a grande vocação que bolivianos e peruanos têm para o comércio. Edward e Rossana já viveram na Jamaica, conhecem o Brasil e outros países da América Latina, mas optaram por ganhar a vida com o restaurante de comidas tipicamente andinas. Assim como eles, toda a população residente de Puno, a cidade à beira do lago, vive do comércio.
Foi neste lugar que a viagem em que eu e meu amigo, Maurício Haas, havíamos dedicado quase um ano de planos, teve seu destino abreviado. Dos quase três meses iniciais passamos a trabalhar com a idéia de apenas três semanas. Tudo aconteceu depois que conhecemos o pai de Rossana, Wilbert Revollar. Engenheiro, nascido em Cusco e que há muito tempo vive em Puno, Wilbert fez questão de esboçar um roteiro para os dois brasileiros que acabaram de chegar a seu restaurante. De Puno a Cusco seriam quatro dias de esforços. De bicicleta deixaríamos o lago Titicaca para subir até La Raya, a 4.314 metros de altitude, antes de chegar a Cusco, um pouco mais abaixo (3.400 metros).
Até então tudo bem. Estávamos um pouco abatidos pelo soroche, ou o Mal da Altitude, que nos causou dores de cabeça, dores de ouvido e um interminável cansaço, mas dentro das expectativas. O grande problema, de acordo com Wilbert, estava na etapa seguinte. De Cusco até Nasca, já no litoral peruano, havia um trecho pouco habitado, local em que integrantes remanescentes do grupo Sendero Luminoso – movimento estudantil criado na década de 1960, com o objetivo de instituir um regime revolucionário e comunista de base camponesa – ainda praticava algumas ações. “É uma região muito perigosa”, alertou Wilbert.
Como a falta de conhecimento é a grande geradora da ignorância, passamos a ignorar a possibilidade de um encontro com os membros do Sendero Luminoso. O senhor Revollar continuou com seus conselhos. De Nasca a Arequipa, contornando o oceano Pacífico em direção ao Sul do Peru, haveria mais problemas. Regiões desérticas e montanhosas, com muita neblina vinda do mar. “Deixem as bicicletas em minha casa e façam o caminho até Cusco em um ônibus”, sugeriu. Foi o que fizemos.
Mas antes de narrar o fim dessa viagem, é importante documentar toda a experiência vivida dentro da Bolívia e do Peru.

Bolívia: o mercado público secular
Partimos de Balneário Camboriú no dia 1º de agosto com destino a Campo Grande (MS). Durante a viagem conhecemos Rivandro do Nascimento, que embarcou em Curitiba com destino a cidade de Cacoal, em Rondônia. Rivandro faz esse trajeto uma vez a cada quatro meses, para tratar uma grave doença no coração. Encontrou a esperança de cura através de um médico cubano que atua no Sul do Brasil. “Se tudo ocorrer como esperado, estou curado em dois anos”, repete a frase que ouviu do médico horas atrás.
Percorremos os 1.200 quilômetros em 20 horas e na chegada a capital sul-mato-grossense estranhamos o calor de 32ºC e o clima seco do cerrado brasileiro. Pela janela do ônibus a paisagem já havia mudado. Do litoral catarinense repleto de morros cobertos pela mata atlântica, passamos a viajar por um grande planalto em que as rodovias quase não apresentam curvas. Linha reta de asfalto cortando plantações e fazendas a perder de vista.
No dia 3 de agosto entramos na Bolívia. Cambistas e taxistas cercam os turistas logo na entrada. Como quase não há indústrias, a população sobrevive do comércio e de serviços prestados aos visitantes. Na cidade de Puerto Quijarro embarcamos no Trem da Morte. Vagões antigos puxados por uma locomotiva que não ultrapassa 20 km/h de velocidade. Nesse ritmo foram necessárias 22 horas para vencer os 600 quilômetros que separam a fronteira do Brasil e a cidade de Santa Cruz de la Sierra.
A viagem nos possibilitou saber dos próprios bolivianos o que acham do governo de Evo Morales. Em Santa Cruz de la Sierra, cidade considerada a mais industrializada da Bolívia, as respostas foram unânimes: o presidente seria um plantador de coca e agitador político que estaria utilizando-se da população pobre para fortalecer seu governo. Edward Martin, que há tempos vive no Peru, tem uma opinião mais neutra da situação. “Morales está sustentando as cidades mais pobres com o dinheiro das mais ricas”, comenta. “Isso gera a insatisfação da população de cidades como Santa Cruz de la Sierra”, avalia.
“Já em La Paz e em Potosí, por exemplo, Evo Morales é muito bem visto e tem grande influência”, continua o boliviano. “Para quem passava fome, receber um litro de leite por mês é mais do que fizeram os governos passados”, propõe. Realmente, em La Paz a população afirma que o presidente está fazendo um excelente governo e que Morales conseguiu pôr fim a grande dominação que os países vizinhos vinham aplicando sobre a Bolívia. Eles se referem ao Brasil e ao Chile que exploram o gás boliviano, mas a cultura imperialista vem de muito tempo, desde que a Espanha e Inglaterra arrancaram quase toda a prata que havia em Potosí. “Hoje”, lembra Edward, “ainda há muita prata naquele lugar, mas se abrirem mais um buraco lá, a montanha vem a baixo”. No dia 6 de agosto, aniversário de Independência da Bolívia, estávamos em La Paz, cidade sede do governo. Mas Evo Morales, acompanhado do presidente venezuelano Hugo Chávez e do argentino Nestor Kirchener, preferiu discursar em Santa Cruz de la Sierra. Fortalecer os ideais nacionalistas onde o governo perde forças para o capital estrangeiro, provavelmente foi o propósito de Morales.

Órfãos de Pachamama

“O Peru sofre, em média, três abalos sísmicos por ano”, afirmou o guia Mario Calisaya tendo como cenário a cidade inca de Machu Picchu. O que ele não sabia, e nem tinha como saber, era que em quatro dias um terremoto de 7.9 pontos na escala Richter (que vai até 9 pontos) causaria a morte de mais de 500 pessoas e destruiria a cidade de Pisco, na província de Ica, litoral peruano. Se Wilbert Revollar não nos tivesse feito mudar de idéia em relação à viagem de bicicleta, estaríamos por perto no momento em que tudo aconteceu.
Conhecedores da região e habituados com a idéia de tremores de terra, os Incas desenvolveram um método para minimizar os estragos causados pelos terremotos. Os famosos muros construídos com imensas pedras e que davam sustentação para as edificações, iniciavam com uma base de pedras pequenas, que se acomodariam mais facilmente durante os tremores e amorteceriam o impacto. Em Moray, no Vale Sagrado, há outra prova da tecnologia empregada por este povo.
Circunferências concêntricas se elevam em degraus entre as montanhas no local em que seria um centro de estudos agrários. Em cada nível há uma condição de temperatura e incidência da luz solar diferenciada, o que determina o ambiente propício para o cultivo de diversos alimentos. “Mas nada pode ser afirmado com precisão, porque a cultura inca foi destruída sem que se tomasse conhecimento de suas experiências”, lembra o taxista Rubens Ylla Mesa, descendente do povo quéchua e nativo de Moray.
Machu Picchu impressiona. Uma cidade construída em pedra no alto de uma montanha no meio da floresta amazônica. Mais do que isso, um local que foi abandonado entre 1.400 e 1.500 de nossa Era, sem motivos conhecidos. Uma cidade planejada e construída para receber famílias nobres. Trabalhadores de Cusco lapidaram pedras por 70 anos para dar forma ao que se transformou em julho de 2007, em uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.
O status da cidade atrai muitas pessoas. No dia em que visitamos a cidade havia outros 3.500 turistas. De acordo com o guia Calisaya, alguns meses atrás a cidade chegou a receber 4.500 pessoas em um dia. “Período de férias no hemisfério norte”, justifica. Mas não é somente em Machu Picchu que se pode observar a grandeza das obras incas. Em todo o Vale Sagrado há muito que ser visto. Cidades como Pisaq e Chinchero, o complexo religioso em Ollantaytambo e a fortaleza de Saqsaywaman.
Mas tudo tremeu. O país tremeu no dia 15 de agosto de 2007, e os prédios de Pisco desabaram. O povo que vive quase que exclusivamente das ruínas de um império que deixou de existir há mais de 500 anos, outra vez se viu entregue aos temperamentos de Pachamama, a grande mãe Terra.
(matéria publicada na edição 3710 do Jornal Município Dia-a-Dia de 31 de agosto de 2007)

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Chave de Ouro


Por fim, as Cataratas do Iguaçu.

Não bastasse a beleza exuberante, fizemos um rafting nervoso lá em baixo. Troço emocionante!

Hasta luego hermanos!

Unsere Freunde


Estes são nossos freunde, quero dizer, amigos.

Eles mal falam espanhol, vivem numa colônia alemã no interior do Paraguai e outra parte no interior da Bolívia.
Parece que saíram direto do filme "Os Outros".

A volta


Aeeee!!! Vibram as massas!!! Já dizia um poeta que não lembro o nome... Acho que era Carlos Reimond de Oliveira Cunha: “A peridiocidade cativa leitores”

Boas novas...

Temos alguns causos pra contar da nossa conturbada, contente, cansativa, divertida, apreensiva (vai faltar adjetivos e vocês vão cansar) viagem de volta.

Depois de MP, voltamos a Puno num busão forrado de gente barulhenta e pudemos descansar pouco do dia cansativos que tivemos. Mas bem, chegamos a Puno na madrugada de Dia dos Pais (12/08)... e depois das ligações internacionais fomos tratar de resgatar as bicicletas na casa de nossos amigos Revollar.

Dali partimos pra La Paz e em seguida à Sta Cruz mais uma vez. Ah, falando em “uma vez, ali uma vez”... conhecemos a maior família alemã que viaja de ônibus do Paraguai. E com eles iniciamos uma das jornadas mais interessantes desta aventura, rumo Ciudad de Leste – Foz do Iguaçu.

Levamos cerca de 28 ou 29 horas pra chegarmos em Foz. Passamos por um monte de postos fiscais, paramos em todos, descemos todos em um. Lá, cão farejador, revista nas mochilas, mais desconfiança por causa das bicicletas, porém, pista livre. Seguimos. Andamos em estrada de terra, vimos os confins do mundo, muita gente que parece ter sido esquecida por todos, grandes fazendas, céu azul, nenhuma nuvem e muito calor!

Assunción, capital do Paraguai, parece, assim de passagem e a noite, um lugar organizado e razoavelmente desenvolvido. Se bem que Ciudad de Leste de madrugada também parece um lugar normal.

Chegamos a Foz às 2h30 da madrugada. André, meu primo (é o Mau que vos escreve), nos esperava, graças a Deus! Nem Foz, nem Ciudad de Leste é segura naquelas horas.

Um banho era tudo que queríamos àquela altura...

Obs.: a foto é da Plaza de Armas de Santa Cruz de la Sierra - Bolívia

domingo, 12 de agosto de 2007

O ápice


Aí está o ponto máximo desta viagem. Chegamos a tao esperada cidade perdida dos incas. Machu Picchu é realmente impressionante.

O movimento estava intenso, o trânsito de pessoas era tao grande que se parecia com o trânsito caótico de La Paz.

Passamos o dia nos deslumbrando com cada detalhe daquelas ruinas e agora já iniciamos a nossa caminhada (ou seria "onibusada") de volta. As bikes ficaram no sonho e trouxeram uma ponta de frustraçao à aventura. Mas se perdemos por um lado, ganhamos por outro. E assim a vida segue...

Bueno! a jornada continua ótima (como se precisasse dizer) e daqui pra diante serao novas descobertas.

Hasta luego!!!

Elton e Mau

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Vale Sagrado - PISAC


Elton desafiando as montanhas de Pisac, outra maravilha do Vale

Vale Sagrado dos INCAS


Mais fotos da nossa estada em Cusco e suas maravilhas.... hoje o dia foi magnífico.... o que estas pessoas fizeram, há mais de mil, dois mil anos, é inacreditável!!!!!

bueno, as fotos "falam"...

té!!

Cusco


Mauricio descendo pelo escorregador inca

Cusco



Igreja espanhola na Plaza del Armas, no centro de Cusco

Centro de Cusco


Mauricio e a pedra dos 12 angulos

Machu Picchu nos espera


hola!!!

Já estamos no Umbigo do Mundo, como dizem os inkas.... e antes que vamos a Machu Picchu, aproveitamos para conhecer um pouco desta cidade "muy hermosa"...

Cusco é uma cidade totalmente turística... tudo se vende (como em todo Peru e Bolívia)... e tudo está mais caro também, já que estamos na alta temporada... mas, bueno, cada centavo pago aqui vale a pena!!!

abraços e hasta luego muchachos!!!!

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Listo!




Dia 7 de agosto
Cidade: Puno – Peru
Horário local – 21h12min
Temperatura: variante (de 8 a 17 graus)


Buenas!!!
Nossa primeira postagem direta chega após uma semana exata de viagem. Estamos à beira do Lago Titicaca, o navegável mais alto do mundo, como todos já sabem…
Até aquí já percorremos cerca de 3.700 km, de ônibus e trem.
Em Puno conhecemos as pessoas mais ¨hermosas¨ de todo percurso. Uma familia, dona de um restaurante chamado Cocahui, no centro da cidade, nos recebeu como se fossemos seus filhos. Primeiro nos ofertaram a comida de seu restaurante por um preço mais baixo que o habitual e depois nos deram todas as informaçoes necessárias para seguirmos viagem.

Edward Martin e Rossana Revollar foram peças chave no destino desta viagem e no que diz respeito a esta postagem, também. Além de querermos fazer jus à toda ajuda que nos deram, informando o endereço do restaurante (Pasaje Grau 139. Telefone: (51) 051 205349), queremos informar que houve mudanças nos planos e rotas desta viagem de experiência andina.

Deixamos as bicicletas de lado, na casa do pai de Rossana, seu Marco Wilbert Revollar. Daqui partiremos de ônibus até nosso grande objetivo: Machu Picchu. Depois vamos ver o que fazemos…

Até a próxima…

Elton e Mau

Altitude, e subindo...

E-mail enviado por Elton, de Puno, no Peru:


Terça, 07/08/2007, 00:24h.
De: Elton555

"Oi. Estamos bem. Com saudades de todo mundo e cansados, mas bem!

Hoje chegamos a Puno, no Peru, depois de seis dias de viagem sem parar mais de 24h em um mesmo lugar.


Não está tão frio como esperávamos, mas fomos avisado que proximo a Cuzco e Machu Picchu a temperatura deve ser bem baixa.

Já montamos as bicicletas e amanhã comecará a parte de pedal.

Estamos a 3.850 metros do nível do mar e devemos subir até 5.200 metros, depois as coisas começam a melhorar.

A bolivia é uma loucura: Trânsito caótico, pobreza e saneamento básico deficiente.


No Peru as coisas parecem um pouco melhor, porém, tudo é mais caro tb.

Até breve,

Elton555"
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Abaixo, imagem de Puno, pelo Google Earth:


segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Chegada e partida de La Paz

Durante a viagem de Santa Cruz de La Sierra a La Paz, já de ônibus, nossos viajantes fizeram amizade com dois casais, Nicole e Felipe, ele chileno, ela holandesa, e Rick e Karryann, ingleses em lua de mel, que, segundo o Mau, são “muuuuito gente boa!!!”

No domingo, 05, os “Guapos dos Andes”, Maurício e Elton, chegaram à capital da Bolívia, La Paz, que foi realmente de paz para eles, pois ficaram 25 horas sem comer durante a viagem de "busão” de Santa Cruz de La Sierra até a capital, onde se alimentaram muito bem: “piiiiizzzaaaa!!!!!”

Bom, discussões nutricionais à parte, a pizza deve ter sido uma verdadeira bênção para eles...

Ainda em La Paz, assistiram à “Moreanada”, uma “manifestação das moças virgens”, já começando ter uma amostra da cultura boliviana e andina. (foto acima).

Hoje, 06 de agosto, é dia da Independência da Bolívia, mas os viajantes não poderão participar das comemorações, estão de partida para Puno, no Peru, às 7:30h, onde iniciarão a pedalada rumo a Machu Picchu.


Primeiras fotos da viagem:

Da esq. para a dir: Elton, Nicole, Felipe e Maurício.



O "guapo" Elton com Rick e Karryann.

sábado, 4 de agosto de 2007

De Santa Cruz de La Sierra - Bolívia

Abaixo e-mail do viajante dos andes Maurício. Um breve relato, "nu e cru" do início desta grande viagem...

Aqui está tudo dando certo.... estamos agora em Santa Cruz de la Sierra, interior da Bolívia.

Chegamos de trem às 10 horas da manhã e às 17h vamos pegar um “busão” direto a La Paz.

Estamos muito cansados, mas estamos bem. Já conhecemos uma galera: dois casais, um guri é chileno e ta namorando uma guria da Holanda; o outro casal é da Inglaterra.

Amanhã vamos estar em La Paz, onde ficaremos um dia por lá e descansaremos num hotel.

Só de trem, foram 22 horas de viagem... isso que já tínhamos viajado umas 08h de Campo Grande a Corumbá, no Mato Grosso do Sul.

Ta complicado carregar toda a bagagem, mas tá “massa”!!!

Santa Cruz é beeeeeem grande.... uma loucura... tipo SP, só que bem mais desorganizada.... pegamos um “busão” para o centro... daqui a pouco já temos que voltar...

Vimos muita pobreza até agora. É deprimente.
O leste boliviano é muito pobre e sujo... vamos ver ainda o que vamos encontrar pela frente....

Nativos... conversamos com alguns, mas poucos. Ainda estamos meio desconfiados, e eles também têm certo receio de se “abrir”.

Tá fazendo um friozinho do lado de fora... tipo.. 15 graus, por causa do vento.

Agora são 13h e nem almoçamos ainda.
Ah! No trem comemos frango com arroz, depois tomamos um leite estranho com chocolate e comemos uma espécie de pão de queijo. Tá valendo!!! hehehe

Grande abraço e té mais,
Mau.

____//_____

Agora é aguardar o próximo relato dos Viajantes dos Andes...
Abraço, Marco Vicente.
Ps.: Fotos, talvez na próxima atualização...

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Hasta la vitoria!!!

Dia 1º de agosto
Brusque/Balneário Camboriú – Brasil
Horário: 15h10min
Temperatura: 14ºC


Este é o relato de uma viagem, jamais uma aventura. Nos comprometemos a
cumprir o roteiro pré-determinado e buscar aquilo que somente nós sabemos o
que procuramos. Mas antes de aprender qualquer coisa pela ocasião da viagem,
queremos dizer que já tomamos lições importantes nestes últimos meses de
preparativos e o mais fundamental deles é compreender que uma viagem como a
que realizamos a partir de hoje, é fruto da união de muitas pessoas que
pelos mais diferentes motivos dedicaram seus esforços para colaborar com o
ideal de dois amigos.

*********FIM

quinta-feira, 19 de julho de 2007

A reação mais comum das pessoas ao tomarem conhecimento que parte da viagem que faremos ao Peru e Bolívia será realizada de bicicleta é: “vocês estão loucos, é muito perigoso”. Até uma semana atrás, minha resposta era “viver é perigoso, veja quantas pessoas já morreram no trânsito de Brusque nesse ano”. Porém, desde terça-feira, 17 de julho, meu argumento mudou: “perigoso é viajar de avião no Brasil”. Há uma razão no que eu estava dizendo. Brusque é uma pequena cidade de Santa Catarina com índice de vítimas fatais no trânsito que, proporcionalmente, se iguala as grandes cidades.
Eu e o Maurício sabemos que há alguns riscos em viajar de bicicleta, principalmente nas rodovias movimentadas, como a Pan American Highway. No entanto, o sucesso em se completar o trecho sobre duas rodas depende de dois fatores: nós (evitar quedas) e os veículos maiores (evitar atropelamentos). 50% eu garanto. Mas fico pensando nas 186 pessoas que morreram no acidente com o avião da TAM – vôo 3054. Sem chances de escolha. Vítimas da negligência dos órgãos governamentais.
No Brasil há um constante estado moroso. A precária situação do transporte aéreo no país veio ao conhecimento de todos depois do acidente com o avião da Gol. Iniciou-se então uma novela. Atores principais e coadjuvantes se debatendo, enquanto o público, esperando horas para o embarque nos aeroportos desta imensa nação patética. Os sintomas dessa doença de caráter estão espalhados por todos os cantos. Um exemplo? O projeto América Andina – Expedição Garra Aventura deveria iniciar no dia 22 de julho, mas a dificuldade de se agendar um horário na Polícia Federal para a confecção do passaporte já adiou os planos.
Esse é o sentimento de descaso que provamos no momento em que precisamos de algum serviço efetuado pelos órgãos públicos no Brasil. Ações que poderiam ter sido tomadas pela Infraero e ANAC no momento de decidir o futuro da pista de Congonhas. Isso não aconteceu. E agora? Fica em mim o sentimento de vergonha. De esperar sentando que o meu futuro seja decidido por pessoas que não desejam mudanças.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Parceria fotográfica



Uma viagem desta magnitude exige grande e detalhada coleta de dados. Fotografias, ah, fotografias... são belas (se bem captadas) e traduzem um momento único. O Elton, expedicionário desta aventura, sempre diz algo parecido com: "A fotografia é um instante único paralizado para sempre..."

Para nos ajudar a captar estas preciosidades e deixar o tempo e a história paralizados para sempre, a KOHLER JOALHERIA E ÓTICA tornou-se nossa parceira. Vamos levar material fotográfico de qualidade para trazer qualidade em fotografia.

___________

Pra quem quiser conhecer, a loja fica em Brusque/SC.
Tel: (47) 3255 5555
www.kjfotogradia.com.br

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Expedição Garra Aventura



É com imenso prazer que anunciamos a nossa nova parceira de viagem: A loja Garra Aventura.
A loja é do "mestre" Daniel, um nato aventureiro e conhecedor dos esportes radicais, e fica em Balneário Camboriú/SC. Lá encontramos a maioria dos equipamentos que vamos utilizar na viagem. Alforjes, barraca, isolante térmico, lanterna, saco de dormir, corta-vento, kit-cozinha, mochilas, entre outras coisas. Tem de tudo para quem quiser aventurar-se.

Devido a este apoio, a viagem passa agora a ter um nome. A chamaremos de “EXPEDIÇÃO GARRA AVENTURA”.

O projeto América Andina assim festeja mais uma grande parceria.

Loja Garra Aventura:

EXPEDIENTE:
De segunda à sexta: das 10h às 12h e das 14h às 20h
Sábados: das 14h às 20h

ENDEREÇO:
Rua 701, nº 22 - Centro
Balneário Camboriú/SC - Cep. 88330-711

www.garraaventura.com.br
Tel.: (47) 3264-6764

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Ruta


Aí está o mapa do roteiro a ser seguido pelos viajantes de América Andina - EXPEDIÇÃO GARRA AVENTURA. A saída será no dia 22 de Julho de 2007, com previsão de volta para o mês de Outubro. A primeira parte, que vai da fronteira Brasil/Bolívia até Cuzco-Peru, será feita de trem e ônibus. A partir de Cuzco, os viajantes seguem de bicicleta. Alcançando a costa do Oceano Pacífico, iniciam a viagem de volta, passam por La Paz, vão a Potosí, Sucre, visitam a localidade onde Che Guevara foi morto pela CIA - La Higuera - e retornam ao Brasil passando mais uma vez por Santa Cruz de La Sierra.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Entrevista à TV Record - Divulgação

Este vídeo mostra um dos integrantes da expedição, Maurício Haas, em entrevista à TV Record, explicando um pouco sobre o projeto América Andina: Relatos sobre os povos latino-americanos. A TV Record é parceira do projeto, inclusive para que posteriormente possa ser editado um vídeo-documentário com o material colhido durante a viagem.

Entrevista - TV Record

quarta-feira, 9 de maio de 2007

MACHU PICCHU - Cidade Perdida dos Incas

O vídeo abaixo é um referencial de uma pequena-grande parte do que vivenciaremos em nossa viagem.

pequena apresentação

Viagem em busca das origens latinas
Três aventureiros desbravam o interior da América a bordo de suas bicicletas

É chagada a hora da partida. Depois de meses de preparação física e psicológica, três amigos catarinenses partem em busca do que para eles é um sonho, ou uma necessidade: entender, conhecer e despertar a latinidade nos próprios latino-americanos. Elton de Souza, jornalista, Maurício Haas, estudante de jornalismo, e Marco Vicente Dotto Köhler, estudante de direito, saem no dia 22 de julho para uma expedição com mais de cinco mil quilômetros feitos a bordo de suas bicicletas pelo interior dos dois países economicamente mais pobres da América do Sul, porém muito ricos culturalmente: Peru e Bolívia.